15-06-2018 11:40
O caminho a seguir por Clara será o mesmo seguido por Francisco. Se “o caminho seguido por Francisco de Assis não foi senão o de um amor ardente e apaixonado por Jesus Crucificado", este seria igualmente o de Clara. As suas palavras não são senão um eco das de Francisco. "É preciso amar muito Àquele que também nos amou muito".
Clara repete que o programa de vida de Francisco será o seu, e por isso, logo se compromete com a vida de penitência e de pobreza. É o que se diz no capítulo 6.º da Regra: “a exemplo e segundo a doutrina de S. Francisco”. O mesmo afirma ela logo nas primeiras linhas do seu Testamento:
"O Filho de Deus fez-se caminho para nós, pela palavra e pelo exemplo. Foi o que nos mostrou e ensinou o nosso bem-aventurado Pai São Francisco, seu verdadeiro amante e imitador".
Clara quer ser pobre no sentido mais rigoroso, e é o conselho que dá às suas religiosas: “Rogo-vos e aconselho-vos a que vivais sempre nesta santíssima vida de pobreza".
Trabalho e pobreza. Embora Clara tivesse abraçado a pobreza e lhe chegassem esmolas a S. Damião provenientes de mãos generosas, não é de crer que no convento se vivesse à grande, como se costuma dizer. Mas também se trabalhava para angariar o alimento próprio, tendo bem presente o lema beneditino: “Ora et labora”. Era preciso rezar e trabalhar. E a Regra prescreve-o no nº 19.
“Aquelas irmãs a quem o Senhor deu a graça do trabalho, depois da hora de Tércia, ocupem-se fielmente e com devoção num trabalho honesto e de utilidade comum, e fujam da ociosidade”…
Em caso de necessidade, confiando na Divina Providência, não faltariam milagres.
In, Vida de Stª Clara, Editorial Missões, 3ª Ed, Janeiro 2012, ISBN 972-577-176-1