
Francisco terminou a obra de S. Damião com alguns colaboradores atraídos pela sua simpatia. Logo depois, lançou-se a reparar uma outra capelinha perdida no bosque, à qual ninguém ia, devido à distância e ao seu estado de ruína. Chamavam-lhe "Porciúncula" - "porçãozinha" - por ser muito pequenina.
Francisco decidiu-se a restaurá-la por causa da grande devoção que tinha à Mãe de Deus, a quem ela era dedicada.
Quando Francisco trabalhava com um grupinho de ajudantes voluntários, Clara enviava-lhe secretamente algum dinheiro por meio das suas amigas de maior confiança, para que aqueles trabalhadores sem fortuna nem salário pudessem comer carne.
Com a consciência da idade, a sua generosidade aumentou também naqueles anos chamados “tempo de fome”. Literalmente, quer dizer que Clara tirava o pão da boca, para o guardar com destreza e fazê-lo chegar aos mais pobres, por meio duma sua amiga de nome Bona.
Caso curioso é ver como Francisco tinha reparado S. Damião, que viria a ser o berço da fundação de Clara, e como Clara o tinha ajudado a reparar a Porciúncula, que viria a ser o berço da sua própria fundação. Nestes primeiros passos, tão definitivos para os dois, os seus caminhos cruzaram-se: Francisco começou em S. Damião diante do crucifixo, e terminou na Porciúncula perante a Virgem Mãe: Clara começou na Porciúncula e terminou em S. Damião. Mas foi para percorrer um mesmo caminho.
Ambos viriam a ser grandes santos...
In, Vida de Stª Clara, Editorial Missões, 3ª Ed, Janeiro 2012, ISBN 972-577-176-1